Entrar no elevador e dar de cara com o espelho pode ser uma tortura e tanto, principalmente quando estamos insatisfeitas com nosso corpo. Os olhos fixam na barriga, você vira de lado, tenta encostar o umbigo nas costas e a danada só parece aumentar. Você querendo chegar logo na garagem, mas o elevador para e o vizinho do corpo malhado entra com seu abdómen perfeito, aumentando o desejo pela barriga reta. Inconformada com as dobras de gordura sob o vestido, vira de costas para o espelho, pega o celular tentando passar desapercebida, fingindo esquecer os conflitos com o corpo e consigo mesma.
Entra no carro prometendo se matricular na academia e começar a dieta já, mas lembra que vai rolar uma pizzada com as amigas do trabalho. É preciso confraternizar! Um, dois, três chops e ninguém mais lembra da tal barriga. Mastigando um pedaço de pizza quatro queijos maldiz a idade e suas zicas. Pega o comprimido na bolsa resmungando: Ninguém merece ser intolerante à lactose.
Volta pra casa e rola na cama. A barriga tá lá de novo, reclamando, estufada. A pizza parece entalada na garganta em um refluxo constante, vai e volta. Um pum, dois, uma bomba de fedor espalhada sob as cobertas e você a se perguntar: Porque comi a pizza se o médico já disse que sou intolerante à lactose e provavelmente ao glúten? Porque bebi tanto se quero acabar com a barriga? Porque insisto em não ouvir meu corpo? Porque é tão difícil cuidar de mim?
Pois é, cuidar de si mesma parece coisa de gente egoísta, mas não é. Crescemos educadas para cuidar do outro, nunca de nós. Nascemos cuidando das bonecas, depois passamos aos filhos, o marido, os pais, o gato, a casa. Uma lista infinita rouba o cuidado de nós mesmas. Por vezes cuidando do outro engolimos reclamações constantes e por mais que façamos, nunca é bom o bastante.
Insatisfeitas, comemos a pizza com todos os queijos. Irritadas, devoramos o bolo de chocolate, o brigadeiro, o pão com manteiga. Deixadas de lado, roemos as unhas esperando pelo dia em que seremos cuidadas. Porém em pequenas situações do dia a dia, quando esperamos pelo cuidado do outro e não temos nossas necessidades atendidas, acumulamos frustrações que levam à comer sem pensar. Veja como aconteceu com a “Camila”.
Após um longo dia na empresa tentando bater a meta do mês, pegou as crianças no berçário, chegou em casa e já as levou direto para o berço, agradecendo por estarem dormindo. Trocou os sapatos de salto pelos chinelos e foi para cozinha. Sem saber o que queria comer escolheu fazer a sopa predileta do marido. O feijão cozinhava na panela de pressão enquanto seu estômago embrulhava e ela se perguntava: Será que um dia vou gostar de feijão? O relógio deu voltas, um dos bebês chorou, com o filho no colo estendeu a toalha e distribui os pratos. O bebê dormiu, ela o pôs de volta no berço, esperando por uma noite nos braços do marido. O celular tocou, os bebês acordaram, o marido disse que ia sair com os amigos para jantar. Ela desligou o telefone segurando a vontade de jogar a sopa no lixo, chorou ninando os filhos e decidiu se dar um presente. Pediu um hambúrguer, uma porção de batata frita e um milkshake duplo.
Vendo suas expectativas sendo transformadas em um balde de frustrações “Camila” entrou em um movimento de autopunição inconsciente, revoltada consigo por se exigir demais, por não se posicionar com o marido, pelo sentimento de solidão e cansada demais para cuidar de si mesma, acabou escolhendo alimentos que inflamam o corpo, elevando o índice glicêmico, aumentando o colesterol, prejudicando a saúde intestinal, desencadeando o estresse emocional.
Desenvolver o hábito de se ouvir, descobrindo o que gosta, o que lhe faz bem, atendendo suas necessidades é o caminho para transformar a barriga, para fazer as pazes consigo mesma, para fazer crescer o amor pelo seu corpo, por quem você é.
Siga as dicas da Alimentação Integrativa para desenvolver o hábito do autocuidado:
Permita-se uma pausa antes de levantar da cama. Sente-se sobre a cama, feche os olhos, prestando atenção na sua respiração, acordando o corpo com calma, respeitando seu ritmo de despertar, se sentindo acolhida. Um ou dois minutos já é o começo e quando se sentir pronta e quiser, aumente este período de silêncio.
Pratique diariamente a escuta interna se perguntando pela manhã: “O que eu posso fazer por mim hoje que vai deixar meu corpo feliz?”
Antes de seguir para o café da manhã pergunte-se: “O que eu preciso comer hoje para me deixar mais leve e cheia de disposição?”
Fique atenta às respostas e perceba se estão alinhadas com o seu conhecimento sobre alimentação.
Escolha ser verdadeira consigo mesma, se vendo merecedora de receber todo amor desse mundo, começando pelo seu amor, pela sua atenção.
A Alimentação Integrativa encoraja o movimento de autocuidado, desenvolvendo o hábito de se perguntar, se ouvir, discernir e se acolher, oferecendo o conhecimento necessário para que você se sinta segura e confiante nas suas escolhas alimentares.
Lembre-se: Você merece todo amor desse mundo, principalmente o seu!
Agende um atendimento com Alimentação Integrativa e comece a cuidar do seu bem-estar hoje mesmo.
Para cultivar
O café da manhã pode ir muito além do pão com manteiga, revelando uma diversidade de sabores que por vezes não estamos atentas, nem abertas a provar. A PANQUECA DE BANANA COBERTA COM TAHINE E MEL é uma dessas delícias que deixam o pão com manteiga fora da lista de desejos.